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sábado, 26 de setembro de 2009

AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO NO PARANÁ - AVA (PARTE II)





O caso do Paraná: a gênese de problemas já no Ensino Fundamental

No Paraná não há dados confiáveis sobre o Ensino Médio porque foi estancada as pesquisas que, em 2003, revelariam a situação do Ensino Médio no Estado. Porém, vale a pena reproduzir os resultados da Avaliação de Ensino obtidos para o Ensino Fundamental. Estes dados ajudam a esclarecer a situação do Estado do Paraná, como, também, lançam subsídios para intuir o que deve se passar no Ensino Médio.
A avaliação do Ensino Fundamental no Estado do Paraná no ano 2000 (AVA-2000), assim como seus congêneres em Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, tem mostrado um gravíssimo problema no ensino como um todo e em números preocupantes para o ensino de ciências, em particular. Para se ter uma idéia destes números, apresentamos a tabela abaixo que representam os valores médios referentes às habilidades/conteúdos dos níveis de proficiência em diferentes eixos temáticos para Língua Portuguesa, Matemática e Ciências (no Paraná, os eixos temáticos, semelhantes àqueles dos PCNs, são: Terra e Universo; Seres Vivos, Ambiente e Sociedade; Funções Vitais dos Seres Vivos; Ser Humano e Saúde):


Desempenho inferior / Desempenho médio / Desempenho superior
200 - 225 ////////////// 250 275 /////////////////300
Tabela 1 – valores referenciais de desempenho



Proficiência //////////////// Escola Estadual /////// Escola Municipal
Língua Portuguesa 4ª série //////258,43 //////////////// 248,13
Língua Portuguesa 8ª série ///// 249,62 //////////////// 254,82
Matemática 4ª série /////////// 260,06 //////////////// 247,90
Matemática 8ª série /////////// 249,89 //////////////// 255,57
Ciências 4ª série ////////////// 254,83 //////////////// 248,48
Ciências 8ª série ////////////// 249,56 //////////////// 252,21
Tabela 2 – Índices de Proficiência Médio para escolas estaduais e municipais – resultados da AVA – 2000 (PR)


Os valores inferiores ao valor médio (=250), representam conteúdos não aprendidos, em seu valor mais baixo, ou em fase inicial de aprendizagem (quando o percentual de acerto da Avaliação fica entre 50.1% a 64,9%), e valores superiores a 250, em fase adiantada de aprendizagem (índice de acerto entre 65,0 e 79,9%) ou de aprendizagem total (índice igual ou superior a 80,0%).
Pela tabela acima, podemos ver que os valores obtidos na 4ª série, para todas as áreas, se repetem na 8ª série, com índices próximos ou ligeiramente inferiores a 250. Esse resultado expressa uma dura realidade: que, após quatro anos de escolarização, os índices de aprendizagem não melhoraram; ficaram estagnados!
No “CADERNO AVA 2000 – CIÊNCIAS: UMA ANÁLISE QUALITATIVA (Coordenação de Informações Educacionais, Curitiba, 2001), podemos depreender que, das Escalas de Proficiência de 4ª e 8ª séries, que os conteúdos mais diretamente ligados ao currículo (que tem pouca abrangência na mídia, por exemplo), apresentam as maiores dificuldades de aprendizagem.
Assim, com esses resultados, e com a abordagem nas escolas do Paraná dos PCNs, propomos um ensino plural, abrangendo tópicos da contemporaneidade das ciências (biologia, física, química e astronomia/cosmologia), e sua inserção transversal, discutindo a ética inerente na ciência e em seu ensino. Portanto, na abordagem aqui adotada, temas controversos, envolvendo a dinamicidade das ciências, serão usados como meios para tornar os professores-alunos do Ensino Fundamental e Médio, como partícipes de opiniões necessárias sobre os rumos da ciência e de seus aspectos éticos e plurais

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